Mulher Maravilha por George Pérez – Vamos Falar sobre Myndi Mayer.

 

Um dos maiores clássicos dos quadrinhos da DC Comics é a Mulher Maravilha do grande quadrinista George Pérez, reformulação feita logo após Crise nas Infinitas Terras.

O início desse período de publicação, foi lançado pela Panini Comics em quatro volumes. Os três primeiros volumes trazem histórias incríveis, incluindo uma batalha contra os novos Deuses, o grande Darkseid, mas vamos focar hoje em um arco do quarto volume, lançado originalmente no ano de 1988, traduzido como “Quem matou Myndi Mayer? ” E uma pequena história chamada “Testamento”.

Mesmo em meio a histórias sobre antigos e novos deuses, com uma personagem superpoderosa, George Pérez consegue encaixar um personagem como Myndi Mayer, uma pessoa famosa, dona de uma grande empresa, que tem problemas com drogas.

 O mais brilhante sobre o que Pérez fez nesse arco, foi a complexidade trazida para Mayer, em poucas páginas. Conseguimos ver na segunda parte, “Testamento”, como Mayer sofreu com seus pais, com sua irmã mais velha, e seu amor pelo irmão mais novo, que era homossexual e sofria com o julgamento da família. Se pensávamos no início da história que Mayer era apenas uma pessoa que se perdeu com as drogas, e se envolve com pessoas perigosas apenas pelo status, Pérez quebra isso, mostrando a quão grandiosa era essa pessoa, complexa, mesmo com esse trágico fim.

Mesmo Diana sendo uma coadjuvante em boa parte deste arco, o legado da Mulher Maravilha, de amor ao próximo, paz, justiça, honra, está nas páginas, representada por uma pessoa com quem Diana vai aprender, e levar para o que a Mulher Maravilha representa para aquela sociedade fictícia, e também para aqueles que conseguem aprender com a nona arte. O incrível George Perez, consegue mesclar uma história que fala sobre drogas, preconceitos contra homossexuais, relação familiar, amor, em meio a uma grande aventura, em meio aos Deuses do Olimpo.

O final de Myndi Mayer não poderia ser mais poético e digno dessa personagem que mesmo em poucas páginas tem muito a ensinar para a Mulher Maravilha, e aos leitores, por ser um ser humano real.